De cada 10 segurados, 8 esperam há mais de 45 dias por perícia médica no INSS
De cada 10 pessoas, 8 esperam há mais de 45 dias. Mais da metade delas não têm nem a perícia inicial. Por isso, não recebem nenhum benefício.
Sabrina Tamares Silva trabalha com cobrança. Não é fácil.
“Precisa entregar resultado. Se não entregar resultado, a gente sabe que vai para rua. O cliente xinga, o cliente fala absurdos”, conta.
Em dezembro de 2021, ela foi diagnosticada com crise de ansiedade e síndrome do pânico. No primeiro exame no INSS, conta que o perito tocou nas mãos e nos pés dela e disse que ela estava apta para o trabalho. Mas as crises continuaram e ela ainda não conseguiu passar por nova perícia um ano e meio depois de ter pedido. Agora já não tem mais dinheiro para pagar o médico e os remédios.
“Eu sei que se eu parar o tratamento agora, eu vou voltar a ter crise. E só eu sei o que eu passei em com a crise de ansiedade”, diz Sabrina.
A Sabrina está numa fila de espera que já tem mais de 1 milhão de pessoas no Brasil. E que, todos os meses, desde o fim de 2022, inclui outros milhares de cidadãos que não conseguem fazer uma perícia para receber algum tipo de benefício previdenciário.
O governo também vai adotar a teleperícia, já aprovada pelo Tribunal de Contas da União. A presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário avalia que a teleperícia pode ajudar onde for implantada, mas é preciso ter estrutura.
“Existem várias questões. A questão da tecnologia, a questão do processamento para conceder o benefício. E que a gente realmente tenha um conjunto de ações multidisciplinares para que possa tornar efetiva essa perícia”, afirma Adriane Bramante, presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário.
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