Desempregados somam 14,2% e atinge 14,3 milhões de brasileiros, diz IBGE



A taxa média de desemprego no Brasil foi de 14,2% no trimestre de novembro a janeiro, a mais alta para um trimestre encerrado desde janeiro de 2012, quando começa a série histórica. Isso significa que 14,3 milhões de pessoas estão na fila por um trabalho no país.

O nível de desemprego se manteve estável na comparação com o trimestre anterior (14,3% de agosto a outubro). Porém houve alta de 3 pontos percentuais frente ao mesmo trimestre móvel encerrado em janeiro de 2020 (11,2%).

Em relação à população desempregada, também houve estabilidade na comparação com o trimestre de agosto a outubro (14,1 milhões de pessoas), mas houve alta de 19,8% (mais 2,4 milhões de pessoas desocupadas) frente ao trimestre encerrado em janeiro do ano passado (11,9 milhões de pessoas sem trabalho).

Os dados foram divulgados hoje e fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A pesquisa não usa apenas trimestres tradicionais (de janeiro a março ou de abril a junho), mas também trimestres móveis (novembro, dezembro e janeiro ou fevereiro, março e abril, por exemplo).

População ocupada

O contingente de pessoas ocupadas (trabalhando) aumentou 2% e chegou a 86 milhões em janeiro. Isso representa 1,7 milhão de pessoas a mais no mercado de trabalho em relação ao trimestre encerrado em outubro.

Com isso, o nível de ocupação no país, que é o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, ficou em 48,7%.

"Apesar de perder força em relação ao crescimento observado no trimestre encerrado em outubro, a expansão de 2% na população ocupada é a maior para um trimestre encerrado em janeiro. Esse crescimento ainda tem influência do fim de ano, já que novembro e dezembro foram meses de crescimentos importantes" duz Adriana Beringuy, analista da pesquisa

Informalidade

A maior parte desse aumento na ocupação veio dos trabalhadores informais. O número de empregados sem carteira assinada no setor privado subiu 3,6% em relação ao trimestre anterior, o que representa um aumento de 339 mil pessoas.

Já os trabalhadores por conta própria sem CNPJ aumentaram em 4,8% no mesmo período, totalizando 826 mil pessoas a mais. Os trabalhadores domésticos sem carteira, após crescerem 5,2% frente ao trimestre anterior, somam 3,6 milhões de pessoas.

"A perda de força no crescimento da ocupação vem principalmente da menor expansão na indústria, no comércio e na construção. E em relação à posição na ocupação, o trabalhador por conta própria e o empregado no setor privado sem carteira permanecem sendo aqueles que estão contribuindo mais para o crescimento da ocupação no país", disse a pesquisadora.

Com isso, a taxa de informalidade no trimestre encerrado em janeiro foi de 39,7%.

Desalentados

A população desalentada, grupo de pessoas que não buscaram trabalho, mas que gostariam de conseguir uma vaga e estavam disponíveis para trabalhar, foi estimada em 5,9 milhões, o maior número desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012.

Em relação ao mesmo período do ano anterior, quando havia no Brasil 4,7 milhões de pessoas desalentadas, houve um acréscimo de 25,6%. São 1,2 milhão de pessoas a mais nessa situação.

Metodologia da pesquisa

A Pnad Contínua é realizada em 211.344 casas em cerca de 3.500 municípios. O IBGE considera desempregado quem não tem trabalho e procurou algum nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados.

Existem outros números sobre desemprego, apresentados pelo Ministério da Economia, com base no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Os dados são mais restritos porque consideram apenas os empregos com carteira assinada.


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